A Cidade da Música da Bahia completa dois anos de existência neste sábado (23). O maior equipamento cultural da Prefeitura Municipal de Salvador, gerido pela Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult), já recebeu cerca de 200 mil visitantes desde a sua abertura, em setembro de 2021. Sediada na casa de azulejos azuis, no Comércio, o local é uma grande celebração para a história musical de Salvador.
Para comemorar a marca, uma programação especial acontece até o domingo (24). Esta sexta-feira (22) foi marcada pela apresentação do Coral Vozes do Tribunal, às 16h. Também vão ocorrer as tradicionais batalhas de Rap/Trap, até sábado (23), às 15h. No sábado, também ocorrerá uma Batalha de Dublagem, às 14h, e o Papo Sonoro com Vittor Adél, às 16h. O projeto Música Viva acontece até domingo, sempre às 16h.
Diretora de Cultura da Secult, Maylla Pita acredita que a música gera oportunidade de negócios e desenvolvimento econômico para a cidade. “Através desse equipamento, contamos histórias, localizamos a relação com a ancestralidade africana, cantamos personagens e lugares que fazem deste destino um lugar único. Salvador hoje detém o título de ‘Cidade da Música’, devidamente registrada, catalogada e difundida através deste equipamento, nos orgulha e demarca a força da música na nossa identidade”, destacou.
São 2 mil m² construídos, que contam com a curadoria do antropólogo Antônio Risério para o acervo e a projeção visual do arquiteto e artista Gringo Cardia, também responsáveis por outro equipamento cultural da Prefeitura, a Casa do Carnaval da Bahia. O local conta com mais de 700 horas de conteúdos gravados, que perpassam os diversos ritmos característicos daqui, como o samba, MPB, rock, axé, pagode, rap, trap, arrocha, entre outros, além de destrinchar as expressões musicais de cada bairro. Dessa forma, seriam necessários que o visitante passasse 7 horas por dia, durante 100 dias, para que conseguisse conferir todo o conteúdo.
Tudo isso está dividido em andares temáticos, para a melhor disposição do material. No térreo, é possível encontrar um café, biblioteca e a recepção. No primeiro andar da casa, está um panorama geral, na exposição ‘A Cidade de Salvador e Sua Música’. No segundo andar são abordadas as artes plásticas, movimentos artísticos e artistas, ampliando a noção de música para todo o estado. Já no terceiro andar é onde estão as atividades mais interativas do museu, onde os visitantes podem experimentar a vivência musical, além de salas especiais interativas por todo o local, como a do karaokê, o estúdio de percussão e a sala do rap/trap.
O casarão onde está localizado o equipamento é um edifício histórico construído entre 1851 e 1855 e foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em 1969. Anteriormente, já abrigou um hotel e um supermercado. Passou anos abandonado, até a Prefeitura restaurar e dar lugar ao moderno museu que conhecemos hoje, sede oficial dos ritmos da cidade. Salvador recebeu em 2015 o título de ‘Cidade da Música’, concedido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). A Cidade da Música da Bahia foi construída também como um monumento em homenagem a este merecido título.
Marcos Alcançados – Tendo recebido cerca de 200 mil visitantes, de todo o Brasil e do mundo, 60 mil do total representam a parcial do ano de 2023 até agora, o que representa 30% de todas as visitas. O maior evento já sediado no local foi o Tambores em Cena, com o cantor e percussionista Wilson Café, que recebeu 269 pessoas para prestigiar. Outros momentos marcantes foram a palestra do percussionista Jorjão Bafafé, o lançamento do EP Aiace e as visitas de Caetano Veloso e Gilberto Gil. Além disso, cerca de duas escolas por dia realizam visitas por lá, e também há visitas de ONGs, instituições de caridade e grupos culturais.
O local também é finalista do prêmio internacional Music Cities Awards, onde concorre na categoria de Melhor Iniciativa de Turismo Musical. O resultado será divulgado entre 18 e 20 de outubro, em Huntsville, nos Estados Unidos.