Fortalecer a democracia e incentivar a participação popular. Com esse objetivo, a quadra poliesportiva do Colégio Estadual Leur Lomanto Júnior transformou-se, nesta segunda-feira (22), no plenário da Câmara Municipal de Salvador (CMS), com a reabertura do Projeto Câmara Itinerante, no bairro de Itapuã. A iniciativa reafirma o compromisso da Casa em aproximar a política institucional da realidade cotidiana da cidade, ampliando a representatividade. Cajazeiras, Brotas e o Subúrbio podem ser as próximas localidades a receber a sessão.
Presidida pelo vereador Carlos Muniz (PSDB) e coordenada pela líder da oposição, vereadora Aladilce Souza (PCdoB), a sessão itinerante contou com a participação de dez representantes da comunidade na Tribuna Popular.
Foram apresentadas demandas relacionadas à segurança pública, reordenamento urbano, novas unidades educacionais, macrodrenagem e fortalecimento do turismo, como a reinstalação do Centro de Artesanato. Isabel Perez, uma das administradoras do Coletivo Stella Maris, entregou requerimento solicitando audiência pública em espaço entre Itapuã e Stella Maris, para facilitar a participação da comunidade em debates sobre questões ambientais.
Segundo Perez, “são vários crimes ambientais que desfiguram o perfil desse território, a exemplo da impositiva verticalização, com impacto na ventilação de toda a cidade e no equilíbrio do ecossistema tão sensível, como a nossa APA Lagoa e Dunas do Abaeté”.
O Coletivo Stella Maris apontou como urgentes: a previsão de construção de uma loja do hipermercado Atakarejo em área de ocupação rarefeita, na borda da APA do Abaeté; a construção de mais de 160 casas sobre dunas próximas ao Condomínio Golf Residencial, ameaçando lagoas locais, inclusive a Lagoa do Abaeté; e a necessidade de destravar o processo de tombamento do Parque do Abaeté, parado em instâncias burocráticas.
O presidente Carlos Muniz destacou que a Câmara Itinerante “sem dúvida” se configura como um importante projeto que fortalece a relação da Casa com os munícipes. “E, o mais importante, tornando nossas ações cada vez mais transparentes e democráticas, de forma que ouvimos a cada legislatura um número maior de soteropolitanos e podemos em seguida fazer nossa parte, que é cobrar ao Executivo que essas dificuldades sejam extintas ou, no mínimo, venham a ser minimizadas”, frisou.
A vereadora Aladilce Souza considerou o programa como um dos maiores em termos de relevância da Câmara. “É um projeto importantíssimo, afinal uma das nossas obrigações enquanto vereador é ouvir os nossos representantes, estar cada vez próximo, apresentar soluções, mas acima de tudo cobrar”, discorreu, reiterando a felicidade em sair da primeira sessão com um programa de ações num “momento crucial” em que se revisa o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU).
Os vereadores Orlando Palhinha (União), João Cláudio Bacelar (Podemos), Paulo Magalhães Júnior (União), Daniel Alves (PSDB), Marta Rodrigues (PT), Cris Correia (PSDB), Hamilton Assis (PSOL) e Randerson Leal (Podemos) repercutiram as falas da comunidade e, de forma unânime, comprometeram-se a intervir junto aos poderes estadual e municipal em prol do bairro e da região.