A Academia de Letras da Bahia realizará, no Palacete Góes Calmon, um encontro com a escritora e Ialorixá do Terreiro do Cobre, Mãe Valnizia Pereira Bianch. A acadêmica Yeda Pessoa de Castro fará a apresentação, com mediação da pesquisadora e mestra Lindinalva Barbosa. O evento ocorre dia 05 de abril, às 18 horas.
Em parceria com Grupo de Estudos Africanos e Afrobrasileiros em Línguas e Culturas (GEAALC) da Universidade do Estado da Bahia, o Encontros ALB propõe um diálogo com Mãe Valnizia Bianch em torno da importância da comemoração do Dia Nacional das Tradições de Raízes de Matrizes Africanas e Nações do Candomblé, 21 de março, anteriormente Dia Internacional de Combate ao Racismo. Na ocasião, a escritora relançará seu último livro “Reflexões – Escritas de Mãe Valnizia Bianch”, lançado em 2019, uma coletânea de artigos do período de um ano e meio em que foi colunista do jornal A Tarde.
A acadêmica e etnolinguista Yeda Pessoa de Castro, doutora (Ph.D) em Línguas Africanas, receberá as convidadas e apresentará o encontro no auditório da ALB. A mediação será realizada pela educadora e mestra em Estudo de Linguagens Lindinalva Barbosa, OmorixaOyá e Egbon do Terreiro do Cobre, ela também é ativista do Movimento de Mulheres Negras.
Ativista contra o ódio religioso, Mãe Valnizia deu início, junto a lideranças religiosas dos mais variados terreiros do Engenho Velho da Federação, a mobilizações contra os ataques de intolerância religiosa por parte de grupos de neopentecostais. A organização dos filhos e filhas de santo resultou na Caminhada dos Terreiros do Engenho Velho da Federação, realizada anualmente em 15 de novembro, desde 2004.
Nascida em Salvador, Mãe Val de Ayrá pertence a uma linhagem muito respeitada pelo candomblé, tendo a missão de reabrir, em 1982, o Terreiro do Cobre, anteriormente fundado pela sua tetravó, Margarida de Xangô. Em 2009, Mãe Valnizia publicou seu primeiro livro, onde contou a história de descoberta e reafirmação da sua fé no culto aos orixás: Resistência e fé, uma autobiografia. Dois anos depois, Mãe Valnizia publicou “Aprendo Ensinando”, onde narra aprendizagens na relação com sua comunidade religiosa.
O Encontros ALB faz parte dos esforços da Academia de Letras da Bahia para a aproximação entre as artes, em especial a literatura, e a sociedade. O projeto tem apoio financeiro do Governo do Estado, através do Fundo de Cultura, Secretaria da Fazenda e Secretaria de Cultura da Bahia.