Em campos, quadras e arenas da Bahia, uma nova rotina sonora passará a marcar o início das competições: a execução do Hino ao 2 de Julho, antes do Hino Nacional Brasileiro, tornou-se obrigatória por força da Lei nº 14.914, promulgada em 27 de maio de 2025 e publicada no Diário Oficial da Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) no dia seguinte.
A nova legislação, de autoria do deputado Rosemberg Pinto (PT), líder da bancada governista, determina que todos os eventos esportivos realizados na Bahia — desde que organizados por federações oficiais — devem adotar o protocolo. A execução dos hinos poderá ser feita por bandas civis, escolares ou por meios eletrônicos, a cargo dos organizadores dos eventos.
A lei estabelece ainda sanções para o descumprimento. A multa será proporcional ao público presente: uma Ufir-BA (Unidade Fiscal de Referência do Estado da Bahia) por cada dez pessoas, com base nos ingressos vendidos, na contagem do local ou em estimativas da Polícia Militar. Os valores arrecadados deverão ser destinados à aquisição de materiais esportivos para escolas públicas estaduais e municipais.
O deputado justificou a medida como um reforço ao sentimento de identidade baiana. “A execução do Hino fortalece no cidadão o sentimento de pertencimento”, afirmou. Segundo ele, o objetivo é unir duas expressões poderosas da cultura brasileira — o hino e o esporte — como forma de celebrar a história e consolidar a nacionalidade. “A nacionalidade se constitui da soma de elementos de cada parte do Brasil. Cada qual expressa um pouco do Brasil e nele se reflete”, argumenta.
O Hino ao 2 de Julho, oficializado como símbolo da Bahia em 2010, foi composto por Ladislau Santos Titara e José dos Santos Barreto. Celebra a data de 2 de julho de 1823, marco da expulsão das tropas portuguesas do território baiano — um dos episódios centrais do processo de independência do Brasil.
