O perfil genético de um preso condenado e cumprindo pena no Complexo Penal de Juazeiro, coletado em 2021, foi inserido no Banco de Perfis Genéticos da Polícia Técnica e, após buscas, foi relacionado a outros 4 perfis oriundos de coletas em vítimas de crimes sexuais e homicídio da região, que não possuíam autor identificado.
Esse resultado aponta para a possibilidade desse homem ser o autor desses outros 4 crimes, já que o DNA dele foi encontrado nas vítimas.
“O Banco foi pensado justamente para esses casos onde não existem suspeitos, nós colocamos os perfis e o próprio sistema se encarrega de buscar as coincidências”, explicou Luis Rogério Machado, Perito Criminal e coordenador de Genética Forense do Laboratório Central de Polícia Técnica.
As amostras das vítimas foram coletadas nos anos de 2014, 2018 e 2020 e comparadas com outros vestígios e com os perfis dos presos condenados pelos crimes descritos na lei 12.654/12.
“As equipes das regionais, no interior do estado, passaram por uma capacitação com a Coordenação de Genética Forense de Salvador para, cada uma na sua região, realizar as coletas dos presos”, explicou Denise Menezes, Perita Criminal e Coordenadora da CRPT de Juazeiro.
Além dos casos de presos condenados, a lei permite também a coleta em suspeitos na fase de inquérito, desde que o delegado solicite autorização judicial com base em evidências que apontem para a participação deste.
“Esta é uma ferramenta muito importante no processo de investigação, mesmo quando o Banco aponta confirmações positivas de vestígios com vestígios, isso vai garantir ao delegado, por exemplo, que o mesmo homem está agredindo mulheres em determinadas localidades”, finalizou Rogério.
O Banco de Perfis Genéticos da Bahia
Com mais de 4 mil e quinhentos perfis cadastrados, o Banco de Perfis Genéticos Criminal da Polícia Técnica da Bahia já apresentou 90 coincidências que auxiliaram na investigação de 112 crimes.
O Banco da Bahia faz parte da Rede Integrada de Banco de Perfis Genéticos (RIBPG) e além do confronto com as amostras locais, o material é comparado com os perfis de outros estados.
Dentre as amostras estão vestígios coletados em local de crime, perfis genéticos de presos condenado por crimes graves e materiais coletados em vítimas de crimes sexuais.