Ter colaboradores diversos não gera benefícios somente para as pessoas, mas também para os negócios. A construção de culturas que valorizem a diversidade tem sido um dos grandes desafios das organizações em todo o mundo e, também, aqui na Bahia.
Uma das barreiras ainda existentes no processo de construção de ambientes diversos é a dificuldade na contratação de talentos femininos, especialmente em setores marcados pela forte presença masculina, como o de tecnologia. Segundo a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), apenas 3 em cada 10 profissionais do setor de tecnologia são mulheres.
De acordo com dados apresentados pela consultoria Great Place To Work (GPTW) do Guia da Diversidade, apenas 26% das posições de alta liderança das Melhores Empresas para Trabalhar™ de 2021 eram ocupadas por mulheres. Nos outros níveis de liderança, elas estavam em 44% das posições.
Buscando minimizar esse problema e contribuir para que as empresas comecem o seu processo de valorização da diversidade, a Laboratória tem formado mulheres em 11 países da América Latina, entre eles o Brasil. Com o apoio do Google.org, a edtech se apresenta no mercado como uma fonte de talento feminino, formando mulheres em programação e dados e as guiando na busca por um emprego.
“A contratação de graduadas da Laboratória é muito benéfica para as empresas, pois as mulheres do bootcamp são altamente qualificadas e essa relação ainda contribui para a transformação social e metas ESG no âmbito de diversidade de gênero”, diz a Business Development Manager da Laboratória no Brasil, Julia Diniz.
Além do bootcamp, a Laboratória realiza ainda uma série de eventos conhecidos como Código M, uma imersão em tecnologia para mulheres. Salvador recebeu o evento em maio e no final de outubro abrigará mais uma edição, desta vez já esgotada, em virtude do interesse das mulheres na área.
Diversidade em pauta
Em um estudo realizado pela “KPMG 2021 CEO Outlook”, com mais de mil CEOs de todo o mundo, 56% deles admitiram que sua empresa pode ter dificuldades para lidar com as crescentes expectativas de inclusão, diversidade e equidade do público.
“É importante que as empresas estejam conscientes dos vieses que envolvem a contratação de grupos minorizados e busquem, de forma intencional, minimizá-los. As organizações precisam levar isso em consideração ao longo do processo de busca, contratação e desenvolvimento desses talentos”, finaliza Julia Diniz.
Em 2018, um estudo do Boston Consulting Group (BCG) demonstrou que as empresas com maior diversidade em suas equipes de liderança relataram uma rentabilidade 19% maior em inovação do que outras empresas com menor diversidade.
Outra questão que também merece atenção é o fato de que nem sempre os esforços para a contratação de mulheres são bem sucedidos. Outra pesquisa do BCG sobre diversidade de gênero mostra que 91% das empresas têm um programa em vigor, mas apenas 27% das mulheres dizem ter realmente se beneficiado dele.