Depois de passar pelo Campo Grande, onde três apresentações foram realizadas, o espetáculo “Resistência Cabocla” chega ao Espaço Cultural Boca de Brasa Subúrbio 360, em Alto de Coutos, nesta sexta-feira (7), às 19h. Aberto ao público, a encenação teatral integra a programação organizada pela Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult), por meio da Fundação Gregório de Mattos (FGM), para celebrações do 2 de Julho.
A montagem do Bando de Teatro Olodum conta com 30 atores e uma um grupo de cinco músicos em cena. O texto inédito é do dramaturgo Daniel Arcades e a direção é de um trio formado por Cássia Valle, Valdineia Soriano e Leno Sacramento. A atriz, produtora e uma das diretoras do espetáculo, Valdineia Soriano, contou sobre o sucesso das apresentações no Campo Grande.
“Foi incrível, foram celebrações a cada apresentação. Marcamos o retorno do Bando aos palcos e, mais que isso, tivemos a possibilidade de levar o teatro para praça pública. O povo nos recebeu de forma acolhedora, aplaudindo, se envolvendo e gritando a pela liberdade junto com a gente”, relembrou.
Sobre a apresentação desta sexta-feira (7), a produtora revela bastante entusiasmo. “Teatro na comunidade é incrível. O Boca de Brasa é um espaço maravilhoso, equipado e com certeza será outro momento marcante: será encontro do Bando com a comunidade preta”, diz.
Alunos da rede municipal – Após a exibição desta sexta-feira, o Espaço Cultural Boca de Brasa Subúrbio 360 recebe, entre os dias 10 e 14 de julho, às 10h e 14h, o Projeto Especial Bicentenário nas Escolas, que contempla a exibição da peça para alunos da rede municipal.
“Vamos fechar com chave de ouro, levando arte e cultura para os alunos das escolas. O espetáculo Resistência Cabocla é fantástico, traz uma história esquecida, lembra da participação feminina e toda essa leitura é fundamental na formação de crianças e adolescentes”, considerou, lembrando o grupo teatral conta com jovens da comunidade de Alto de Coutos e bairros adjacentes.
Roteiro – A peça conta a história de dois jovens negros que se preparam para participar dos desfiles ao 2 de Julho, em Salvador. Enquanto Luque está ansioso para desfilar como baliza à frente de uma das fanfarras, a musicista Mirna faz vários questionamentos sobre a sua participação nos festejos, especialmente por sentir falta de representatividade negra e feminina no que aprendeu sobre a data.
A aparição fantástica do Caboclo Tupinambá conduz os jovens às imagens históricas das lutas travadas em solo baiano para expulsar as tropas dos colonizadores, que resistiam mesmo depois do 7 de setembro de 1822, trazendo à cena do espetáculo a bravura popular que garantiu definitivamente a independência do país.