As exportações baianas voltaram a registrar queda pelo nono mês consecutivo. Em novembro, as vendas externas do estado alcançaram US$ 810,8 milhões com queda de 31,4% no comparativo interanual. O recuo foi novamente puxado pelos derivados de petróleo, que registraram queda de 97,6%, e pelo setor químico/petroquímico, que apontou redução de 48%, todos em relação ao mesmo mês do ano passado. As informações foram analisadas pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia vinculada à Secretaria de Planejamento (Seplan), a partir da base de dados da Secretaria de Comércio Exterior, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
Após baterem recorde no primeiro semestre do ano passado, após o início da guerra entre Rússia e Ucrânia, as commodities recuaram nos últimos meses. Apesar da subida do petróleo e de outros produtos em novembro, os valores continuam inferiores aos do mesmo mês do ano passado.
Em novembro, o volume de mercadorias exportadas caiu 34%, enquanto os preços subiram em média 3,7% na comparação com o mesmo mês do ano anterior. É o segundo mês consecutivo de alta nos preços médios, depois de oito meses de recuos. No acumulado do ano, os preços ainda estão 13,3% inferiores a 2022, enquanto que o quantum teve queda de 10,8%. Ou seja, a desvalorização dos produtos exportados foi determinante para o desempenho negativo das vendas externas estaduais em 2023.
As exportações agropecuárias, a despeito da redução dos preços, subiram 16,6% em novembro, em relação ao mesmo mês do ano anterior, com a prevista safra recorde de grãos pesando mais no desempenho do setor. No caso da indústria extrativa, houve redução de 39,5%, enquanto que as vendas da indústria de transformação despencaram 62,3%.
A situação da indústria de transformação no estado é preocupante, com seus dois carros chefes (refino e petroquímica) tendo desempenhos muito abaixo do esperado. A queda no volume embarcado de derivados de petróleo em novembro chegou a 98,1% e no ano atingiu (-24,5%). Já o setor químico/petroquímico está vivendo em 2023 o seu pior momento em duas décadas. O avanço dos produtos importados na demanda doméstica, em um ambiente de demanda relativamente saudável, levou a ociosidade média nas fábricas locais a 35% até outubro segundo a Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim).
No período de janeiro a setembro de 2023, o setor industrial baiano acumulou taxa negativa de 4,5% e no indicador dos últimos 12 meses apresenta queda de 5,9% em relação ao mesmo período anterior.
Nas importações, a quantidade comprada subiu 0,9% em novembro, o que não foi suficiente para o crescimento dos desembolsos que recuaram 24,5%, já que os preços médios tiveram redução de em média 25,1% no mês.
A queda de importações, que no ano chega a 23,5%, praticamente 1% acima das exportações, é sinal de uma economia meio sem gás, menos disposta a importar máquinas, equipamentos e outros insumos produtivos. A queda das compras externas no mês na comparação interanual, foi puxada pela menor compra de combustíveis, bens de capital e intermediários e pelos preços menores.
No acumulado do ano, as exportações alcançaram US$ 10 bilhões, com queda de 22,6% comparado a igual período de 2022. As importações foram a US$ 8 bilhões, também com queda de 23,5%. O saldo comercial do estado no período chegou a US$ 1,95 bilhão, 18,8% inferior ao mesmo período do ano passado. Já a corrente de comércio atingiu US$ 18 bilhões, também com redução de 23% no comparativo interanual.