Como parte do programa permanente de Segurança Escolar em Salvador, a Guarda Civil Municipal (GCM) realiza, durante esta semana, um simulado de evacuação na Escola Municipal Alfredo Amorim, no bairro da Ribeira. O treinamento é conduzido pelo coordenador da Patrulha Escolar da GCM, Ubirajara Azevedo, nos turnos matutino e vespertino, abrangendo alunos do 1º e 2º ano do Ensino Fundamental.
Para Azevedo, um dos principais objetivos é implementar dentro das escolas municipais de Salvador uma cultura de prevenção. “Estamos implementando essa cultura para que todos, em qualquer princípio de risco, de incêndio ou de confusão, principalmente nossas crianças, saibam exatamente o que tem que ser feito para preservar a sua vida, se proteger, buscar um lugar seguro. Desenvolvemos algumas técnicas que pudessem, através de brincadeiras, levar o ensinamento de algo sério para que os alunos realmente aprendam. A intenção é implantar esse procedimento de prevenção em toda a rede municipal”, disse.
Durante a orientação, os alunos aprenderam a estar atentos ao sinal de alerta e ao que fazer em determinadas situações de risco. Vestido de Homem-Aranha em algumas turmas, Azevedo foi conduzindo o ensinamento de maneira teórica e prática. A primeira recomendação foi manter a calma e seguir a orientação das professoras. As professoras, por sua vez, orientaram os alunos a ficar de pé, ao ouvir o sinal de alerta, e em seguida a formar uma fila para a evacuação da sala. A atividade alcançou uma média de 95 crianças nos dois turnos.
“Acredito que essas aulas irão proporcionar a eles uma ideia de como agir em um momento de perigo. É fundamental que as crianças desde cedo aprendam a se proteger e de forma tranquila, na medida do possível, para que não haja pânico. Essas aulas são fundamentais para que elas cresçam fortalecidas e, caso aconteça um momento como esse, elas já saibam como proceder”, avaliou a professora Melissa Actis, de 54 anos.
Aprendizado – João Lucas Nascimento, de 7 anos e aluno do 1º ano, esteve atento ao ensinamento do coordenador da Patrulha Escolar e à orientação da professora. “Eu aprendi a pegar a fila, ajudar meu coleguinha, dar as mãos, agachar e depois sair”, disse.
Para a coordenadora do Ensino Fundamental I e vice-diretora da unidade, Edvanira Mendes, é um treinamento de suma importância. Ela explicou que a ação está sendo iniciada com os alunos do Fundamental I, com foco nos pequenos, por ser uma faixa etária mais vulnerável, que depende da condução de um adulto. Em um segundo momento, o treinamento irá abranger também os alunos do Fundamental II.
“Nós somos uma escola de grande porte, em cada turno temos uma média de 400 alunos, e temos contado com esse apoio da Patrulha Escolar da Guarda Municipal para formar os nossos alunos para além do autocuidado, para o cuidado coletivo, em situações de emergência, a exemplo de incêndio, alagamento, desastres naturais e qualquer acidente na escola. É uma formação que visa a segurança de todos”, disse.
A instrução realizada hoje será repetida outras vezes até a aplicação do simulado, na próxima quinta-feira (31). “Teremos princípio de fogo, rota de fuga e simulação de um ataque, com aplicação de um protocolo desenvolvido nos Estados Unidos”, contou o coordenador.
Programa permanente – O treinamento e simulado de evacuação fazem parte do programa permanente de Segurança Escolar, divulgado pela Prefeitura de Salvador no último mês de abril, e realizado pela GCM em parceria com a Secretaria Municipal da Educação (Smed). Além da realização de treinamentos como esse, o programa prevê ações como a implementação de um canal on-line para denúncias de casos de violência no ambiente escolar; ampliação do videomonitoramento e implantação de sistemas de alarme nas unidades de ensino; capacitação de professores, funcionários e agentes de segurança pública para identificar possíveis ameaças e ataques contra as escolas; intensificação das rondas preventivas da GCM nas escolas e implantação de um canal rápido de comunicação com a Polícia Militar da Bahia (PM-BA) e com a Guarda Municipal.
As escolas também contam com palestras com especialistas em segurança escolar e com a distribuição de cartilhas educativas. A intenção é combater o bullying, o cyberbullying, conflitos, situações de violência e de pânico no ambiente escolar. “Não queremos apenas resolver conflitos pontuais, mas, sobretudo, prevenir a violência e promover um clima de respeito e de acolhimento nas escolas”, finalizou Azevedo.