A Prefeitura de Salvador firmou nesta quinta-feira (1º) uma parceria com a Sociedade Amigos da Cultura Afro-Brasileira (Amafro) para compra de acervo e execução das obras pendentes do Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira (Muncab), transformando-o em um dos maiores centros da cultura afro-diaspórica da América. O investimento previsto é da ordem de R$ 15 milhões.
Participaram da assinatura do termo de parceria, no Palácio Thomé de Souza, o prefeito Bruno Reis, o secretário municipal de Cultura e Turismo, Pedro Tourinho, a diretora do Muncab, Cintia Maria, e a gestora administrativa do museu, Jamile Coelho.
O Muncab é localizado em dois prédios no Centro Histórico, onde funcionaram o antigo Tesouro do Estado da Bahia e o serviço de assistência pública da cidade.
“A prefeitura vai atualizar o orçamento para, em seguida, celebrarmos um convênio, onde nós vamos executar as obras, tanto para terminar a primeira etapa do prédio, que já está, digamos, 80% finalizado, como para dar início à segunda etapa de restauro e reforma”, explicou o prefeito Bruno Reis. “Com isso, a gente poderá ter em Salvador um museu que retrate a história afro. Um museu da negritude, onde a gente resgate a nossa história e possa potencializar a influência da cultura africana na formação do nosso povo. Salvador vai ter um dos melhores museus do mundo da cultura afro”, acrescentou o chefe do Executivo municipal.
A diretora do Muncab celebrou a parceria firmada com a gestão municipal e disse que a restauração do museu também significa o ganho de um grande atrativo turístico para a capital baiana. “Pensar esse espaço cultural, dinâmico, vivo, conectado com o que tem de mais moderno na cultura afro-diaspórica, com esse viés contemporâneo, é um ganho para a cidade”, pontuou Cintia.
Para o secretário de Cultura, a iniciativa representa o início da realização de um sonho, já que o projeto do museu tem cerca de 20 anos. “A gente tem aqui um espaço que já tem uma história, de um museu, um sonho, que não se realizou ainda por várias questões. A prefeitura está totalmente dedicada a somar, para que Cintia, Jamile e a comunidade negra façam desse espaço um ponto de referência da cultura negra no Brasil e no mundo”, disse Tourinho.
De acordo com o titular da Secult, ainda esse ano teremos já parte da obra entregue com novo acervo. “A capital afro tem que ter o melhor museu afro do Brasil. É um museu que vai concentrar não só artistas tradicionais, como também jovens artistas negros do Brasil e estrangeiros”, afirmou.
Segundo Jamile Coelho, gestora administrativa do museu, o espaço representa o resgate “dessa memória que, infelizmente, para muitos de nós, foi roubada” “É de fundamental importância em Salvador, a cidade mais negra fora do continente africano, a gente estar fazendo essa parceria para poder entregar ao público esse espaço de memória, mas também de difusão e produção da cultura afro-brasileira”, disse Jamile.
Cintia Maria e Jamile Coelho assumiram no ano passado a gestão do Muncab, o fundador do museu, José Carlos Capinam, compositor e poeta da Tropicália, hoje é presidente de honra da Amafro.