A Secretaria de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esportes e Lazer (Sempre) promoveu, na manhã desta quarta-feira (17), o segundo ‘Ciclo de palestras inclusivas: Narrativas de mães’, com a temática da microcefalia, voltado a mães de crianças com a malformação congênita e presidentes de associações que acolhem outras mulheres.
O encontro, na sede da secretaria, no Comércio, teve como palestrantes Eulina Farias (Filho sonhado ao filho real), Maria Joana Passos (A importância da instituição para o acolhimento), Joseane Oliveira (Do diagnóstico à luta) e Rosinei Souza, das Obras Sociais Irmã Dulce, que falou sobre ‘A importância da reabilitação nas deficiências múltiplas’.
De acordo com Daiane Pina, diretora de Políticas Públicas para Pessoas com Deficiência da Sempre, a abordagem é importante, para que o tema seja tratado como algo do presente. “As mães precisam ter voz. Apesar de ter sido um acontecimento (a microcefalia), as crianças estão aí, elas são reais e têm necessidades específicas. Essas mães são mulheres que merecem ter dignidade, acesso à cultura, trabalho, lazer e, quando elas falam sobre o seu dia a dia, é preciso entender não só as dificuldades, mas as suas possibilidades”.
Daiane aproveitou para reforçar que o ciclo de palestras Narrativas de Mães, que teve uma primeira edição sobre autismo, contará com três novas edições, sobre deficiência visual, surdez e deficiência física. “Essa sequência de palestras será transformada em livro, a ser lançado até o final do ano, com cartas das mulheres que passarem pela mesa, falando das suas experiências. O objetivo é que elas leiam, se reconheçam e vejam que há possibilidade de melhorar e seguir adiante”.
Suporte – Para a coordenadora de Reabilitação da Osid, Rosinei Souza, a assistência a essas mães deve ocorrer de forma ampliada, incluída no conjunto de ações necessárias para a qualidade de vida das pessoas com deficiência. Recebemos muitos casos de microcefalia na Osid, onde oferecemos um espaço de atendimento e suporte e orientação”.
Criadora da associação Abraço a Microcefalia, Joana Passos considera importante trazer à tona o tema, cuidando das crianças nascidas há sete anos, quando houve a epidemia causada pela síndrome congênita do zika vírus. “As crianças estão crescendo, elas precisam ser incluídas na escola, ser quem elas são. Hoje falei um pouco da importância da instituição como acolhimento, pois fomos pioneiras e hoje vemos a importância da rede de apoio, para o desenvolvimento da criança e cuidado da mãe”.
Mãe de Raíssa Vitória, de sete anos, Márcia Nascimento, moradora do Jardim das Margaridas, avaliou a importância de debater a microcefalia. “A gente quer se manter lembrada, falar sobre o acolhimento, a empatia e do olhar necessário para as crianças. Elas terão microcefalia a vida toda, então precisamos ser vistas o tempo todo. Esses encontros servem para lembrar como aconteceu o surto e como nós, mães, reagimos à chegada das nossas crianças”.