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Guarda Municipal realiza ação antibullying em escola municipal

Durante todo o mês de abril, agentes da Patrulha Escolar, destacamento da Guarda Civil Municipal (GCM), intensificam as ações referentes ao Dia Nacional de Combate ao Bullying e à Violência na Escola – lembrado no dia 7 de abril -, nas unidades da rede municipal de ensino da capital baiana. Nesta quinta-feira (4), a comitiva esteve na Escola Municipal Maria Dolores, em Tancredo Neves, ministrando palestra, ouvindo as crianças e aconselhando a respeito do tema.

Participaram da atividade 139 alunos, sendo 72 oriundos de turmas do 4º, 6º e do 8º ano, do turno matutino, e 67 crianças do Ensino Fundamental II do turno vespertino, além da diretora, Kátia Lobo, e dez professores da escola. O coordenador da Patrulha Escolar, Ubirajara Azevedo, ressaltou que a escolha da Maria Dolores para a atividade ocorreu após um pedido da própria Secretaria Municipal da Educação (Smed), que constatou, já nos primeiros dias do ano, uma incidência muito grande de bullying nas escolas, em especial na unidade.

Cor da pele, formato do corpo, textura do cabelo, diferenças de gênero. Qualquer dessemelhança pode ser o início de uma prática abusiva que, engraçada para um, pode ser a causa de graves problemas comportamentais no outro. Com a utilização cada vez mais intensa das redes sociais, uma prática que ocorre com frequência nas escolas é o cyberbullying, que, de acordo Ubirajara Azevedo, cresceu nas unidades de Salvador, a partir da criação de perfis falsos utilizados para disseminar fofocas e outras ações contra os colegas, gerando conflitos que desaguam, geralmente, em briga física.

“Então, seguindo os princípios da lei anti-bullying, viemos trazer para essas crianças essa conscientização, a partir de um trabalho educativo. A abordagem geralmente consiste em explicar o que é o bullying e o cyberbullying, lembrando às crianças e adolescentes que eles podem prejudicar tanto às vítimas como a si mesmas e até mesmo aos pais, pois há implicações no Código Penal, portanto, trata-se de uma responsabilidade compartilhada”, explicou.

A diretora da Escola Municipal Maria Dolores, Kátia Lôbo, destacou que o trabalho educativo desenvolvido hoje vai refletir, mais à frente, no dia-a-dia da escola. “O bullying causa vários problemas psicológicos e interfere no rendimento escolar. Os alunos ficam realmente tristes, apáticos, não querem participar da aula, não querem vir para a escola. Então a ideia é tratar o bullying, trabalhando essas palestras, justamente pra evitar isso, dizendo o quanto a prática pode ser danosa”, declarou.

Mateus Costa, 11 anos, aluno do sexto ano, acha importante não praticar o bullying. “Muitas vezes isso acaba pegando por causa do medo que a pessoa que faz o bullying causa na vítima. Ainda não sofri com isso, mas quando vejo um colega fazendo com o outro, digo que não é legal. Esse é um tipo de palestra que vamos levar para a vida”, diz.

Para a aluna do 6º ano Isaiane Correia, de 12 anos, a iniciativa é importante, pois alerta para os perigos do bullying. “É importante também defender os colegas dessa prática. Já aconteceu comigo, conversei com meus pais, que vieram à escola e tudo se resolveu”.

Equipe Antibullying – Para atuar nas escolas, a Patrulha dispõe da chamada Equipe Antibullying sempre à disposição das unidades que pedirem auxílio. “A ação é imediata. Pois, se a escola já está percebendo que existe uma incidência de bullying, provavelmente a coisa já se espalhou. Então, nossa intenção parte da prevenção, que é a segurança que vai evitar a violência. Este, por sinal, é o tema da campanha deste ano de combate ao bullying nas escolas da cidade”, completou o coordenador da Patrulha Escolar.

A meta é levar, até o final deste ano, as atividades da Patrulha Escolar para as mais de 400 unidades da rede municipal de ensino de Salvador. Além das aulas presenciais, serão preparadas inserções em vídeo para apresentação da ação nas escolas, bem como distribuição das palestras no site da Guarda Civil Municipal (https://gcm.salvador.ba.gov.br/) para a disseminação on-line àquelas unidades onde não é possível a presença dos agentes da Patrulha.

As ações no campo virtual devem seguir o mesmo propósito educativo das atividades presenciais, buscando a identificação e prevenção de situações de violência, vandalismo e demais ocorrências que colocam em risco a integridade física e emocional dos alunos e da comunidade escolar, a partir de palestras educativas acerca do bullying.

Lei – Sancionada em janeiro deste ano pelo presidente da República, a Lei 14.811/2024 criminaliza o bullying e o cyberbullying, considerando-os as principais motivações para casos de violência na escola, bem como para ataques violentos contra as instituições de ensino. A legislação prevê penas como multas e punições que podem chegar a quatro anos de reclusão.

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