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Colônia de Pescadores do Rio Vermelho será reconstruída

A Colônia de Pescadores do Rio Vermelho, uma das mais longevas e tradicionais de Salvador, será reconstruída a partir de um projeto moderno da Prefeitura, elaborado pela Fundação Mário Leal Ferreira (FMLF). A ordem de serviço que autoriza o início dos trabalhos de revitalização foi assinada pelo prefeito Bruno Reis nesta sexta-feira (6), no próprio local, situado ao lado da Vila Caramuru, no Largo da Mariquita. Também estiveram presentes a presidente da FMLF, Tânia Scofield, demais gestores municipais, pescadores e lideranças.  

A previsão de entrega da obra, que começa logo após a Festa de Iemanjá, no dia 2 de fevereiro, é de cinco meses, e tem investimento de aproximadamente R$600 mil. “Estamos reconstruindo a oitava, de nove colônias de pescadores existentes na cidade. Neste caso, estamos beneficiando cerca de 60 trabalhadores, garantindo conforto, segurança e bem-estar a estas pessoas que tiram seu sustento do mar. Essa ação segue todas as normas técnicas de acessibilidade e saúde, proporcionando também o bem-estar de quem vem aqui adquirir o seu pescado. Então, isso é importante para os pescadores, que passam a ter um incremento em sua renda. Isso demonstra o respeito que temos por estes trabalhadores, tornando realidade essa obra que era um sonho deles”. 

O presidente da Colônia de Pescadores do Rio Vermelho, Almir Albergaria, lembra que há muito tempo os trabalhadores do lugar ansiavam por melhores condições de exercer o ofício. “Agora, com a reforma anunciada e com data para iniciar, só tenho a agradecer à Prefeitura. Isso é a dignidade do trabalho e o respeito que tanto buscamos. A colônia precisava dessa intervenção”.  

Há quatro décadas como pescador, Raimundo Alves, de 65 anos, afirma que a nova estrutura é uma vitória para todos os pescadores do Rio Vermelho. “Essa colônia representa nossa vida, pois é daqui que tiramos nosso sustento e de nossas famílias. Ficamos muito satisfeitos com o olhar do poder público sobre o nosso trabalho. A esperança é ter nosso trabalho cada dia mais prestigiado, com acesso melhor da população, mais infraestrutura e saneamento para melhorar nosso atendimento aos baianos”.  

Projeto – Construído em conjunto com os próprios pescadores, o projeto arquitetônico de reforma e ampliação da edificação contempla ambientes adequados para a guarda de motores das embarcações; área de convivência dos pescadores; sanitário masculino e feminino adaptados para portadores de mobilidade reduzida; quatro peixarias com espaço para freezers, bancadas para tratamento dos pescados e balcão para a comercialização dos produtos. Além disso, será priorizado o atendimento às normas de acessibilidade da edificação por parte dos usuários, com implantação inclusive de um acesso à praia e rampa em concreto para as embarcações dos pescadores.  

A reconstrução ocorrerá em uma área de 572 m², sendo 174 m² de área construída. Dentre os serviços previstos para o local estão a edificação, com um pavimento que comporta quatro boxes, área de convivência, sala para armários/guarda motores, sanitários, área de jogos e pátio. Em relação à pavimentação, toda área externa será em piso intertravado e placas de concreto.  

A nova estrutura deixará para trás o cenário existente de um local que não atende às exigências de salubridade, higiene e soluções de tratamento de esgoto e águas servidas, além de não contar com sanitários adequados, condições adequadas de armazenamento e comercialização do pescado. Ainda, por estar muito próximo da linha d’água do mar, a edificação sofre constantemente os efeitos da maré, inclusive com inundação das instalações.  

A edificação será ampliada e implantada em uma cota mais alta, proporcionando a interligação das instalações hidrossanitárias à rede de captação da Embasa, responsável pela prestação dos serviços de abastecimento de água e de esgotamento sanitário do município, o que não acontecia anteriormente, quando todos os dejetos eram direcionados ao mar.  

“Nosso objetivo é promover a reconstrução da Colônia de Pescadores do Rio Vermelho. É um projeto bonito, que dá toda uma estrutura para guardar material, área de convivência, sanitários separados para homens e mulheres, além dos boxes para comercialização dos produtos da pesca. Tivemos também todo o cuidado de preservar os símbolos religiosos deles, e atendemos, dentro do possível, tudo o que esta comunidade precisa”, ressaltou Tânia Scofield. 

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