terça-feira (15), feriado da Proclamação da República, comunidades de terreiros sediados no Engenho Velho da Federação e adjacências voltam a realizar a Caminhada pelo fim da violência e da intolerância religiosa e pela paz.
Em sua 18ª edição, a comissão que organiza a marcha homenageia Telinha de Yemanjá que morreu em julho deste ano. A concentração acontece, às 14h, no final de linha do bairro, onde fica o busto em homenagem a Mãe Ruinhó.
“Telinha era exemplo como ser humano e no comprometimento com a nossa religião. Com 96 anos, ela participava ativamente de todas as atividades do Terreiro do Cobre– sendo referência aos mais jovens– e de movimentos do povo de santo como essa caminhada. Quando pensei em criar esse movimento, ela foi comigo em todos os terreiros do nosso bairro para mobilizar as pessoas”, conta Mãe Valnizia Bianch, líder espiritual do Terreiro do cobre e idealizadora da caminhada.
A caminhada começou em 2004, quando terreiros do bairro começaram a ser atacados por denominações de igrejas neopentecostais.
Vestidos de branco, sacerdotisas e sacerdotes representantes da diversidade, que caracteriza as religiões afro-brasileiras, tomam as ruas do bairro e de áreas próximas para ratificar o direito à liberdade de culto, que é assegurado pela Constituição Brasileira.
A caminhada chama a atenção sobre a necessidade constante de manter a vigilância e o protesto contra os ataques à liberdade de culto. Historicamente, as religiões de matrizes africanas são as denominações que mais têm sofrido ataques generalizados no Brasil contra os seus direitos.