Um rico recorte da história da capital baiana foi apresentado a 25 pessoas, das quais 15 possuem algum tipo de deficiência, na tarde desta quarta-feira (23). A iniciativa faz parte do projeto “Saídas Culturais – Visita Guiada Acessível”, que acontece na Casa das Histórias de Salvador, no Comércio.
A ação ocorre dentro da programação do Salvador Capital Afro/Mulheres Negras em Movimento que, até o próximo dia 27, realiza uma série de ativações culturais em celebração ao Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, celebrado no dia 25 de julho. Daiane Pina, diretora de Políticas Públicas para Pessoas com Deficiência da Secretaria Municipal de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esportes e Lazer (Sempre), lembra que o projeto Mulheres Negras em Movimento também contempla as pessoas com deficiência, em diversas atividades.
“É o caso das Saídas Culturais, onde realizamos saídas acompanhadas de especialistas em audiodescrição e intérpretes de Libras, para guiar pessoas com deficiência visual, intelectual ou auditiva para a realização de atividades, neste caso em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult), para que elas possam conhecer os espaços culturais de Salvador da maneira mais acessível possível. Quando se realiza um evento como este, é indispensável que todas as pessoas participem e se sintam incluídas”, explica Daiane.
Nesta quinta-feira (24), o espaço sedia uma roda de conversa sobre o protagonismo da mulher negra e com deficiência na cultura, Além de uma apresentação em Libras (Língua Brasileira de Sinais), sobre mulheres negras, periféricas e com deficiência.
Reparação – Mentora do projeto Saídas Culturais Acessíveis, a professora universitária Sandra Rosa lembra que, historicamente, pessoas com deficiência eram excluídas da sociedade. “Hoje, por outro lado, vivemos essa perspectiva de inclusão e direitos humanos, onde é possível acessar tudo que é produzido culturalmente na sociedade. Então, essa visita é um pequeno passo, uma peruana contribuição para sanar o débito histórico que temos com pessoas que querem viver a diversidade”, diz.
O jornalista Deivid Monteiro, de 41 anos, tem deficiência visual e considera a iniciativa importante para garantir mais inclusão e por trazer uma abordagem mais acessível para todas as pessoas, independente da condição física ou intelectual.
“Essa visita é importante por dois aspectos. O primeiro é poder se aprofundar ainda mais na história de Salvador. E, além disso, poder realizar essa atividade com acessibilidade e todas as condições necessárias para absorver todo conteúdo disponível, através da audiodescrição, do intérprete de Libras, das opções táteis no que está exposto, dando essa oportunidade que antes era quase impossível. Agora é possível estar no museu, conhecer a história da minha cidade com qualidade e acessibilidade”, destaca.
Programação – O Salvador Capital Afro: Mulheres Negras em Movimento acontece desde o último dia 17, e a programação envolve seminários, palestras, oficinas e ativações culturais valorizando a cultura afro-brasileira e ressaltando a força da mulher negra neste cenário. A programação completa pode ser acessada no site do evento https://www.salvadordabahia.com/circuito-mulheres-negras-em-movimento/.